sexta-feira, 12 de outubro de 2012

mundo interior....

A morte




๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑
Tu que choras sobre um tumulo mórbido
E na madrugada lamentas a morte
E nada acalenta o seu sofrimento sórdido
Ignorando a própria sorte.

Tu que já não sentes a suavidade sufocante
Nem o pranto que na face pálida rola
Só a dor e o sofrimento angustiante
Pois, é a sua alma sombria que hoje chora.

Eu, enfim, velo por seu livramento
Mas preciso pagar pelos meus pecados
Portanto, não quero fazer julgamentos
O meu espírito não foi exorcisado.
 
 

Réquiem para mim. Primeiro ato

Réquiem para mim. Primeiro ato


Sou um jovem urbano

Todo o tempo dedicado

Para amar e ser amado,

A vida me recebeu de braços abertos, e

Todas as matizes que os meus olhos já viram

Foram presentes de arco-íris,

Que os mais belos momentos coloriram.

Passeio pelas calçadas olhando vitrines,

Compro uma bijuteria pra minha amada.

Dentro da lanchonete, a fome aperta,

Penso na vida e fico alerta,

Peço um hambúrguer e um suco gelado,

Reparto o pão com um mendigo,

Fico inconformado, mas, sigo em frente.

Carros, faróis, buzinas e pessoas apressadas.

Em qual esquina ela me espreitará?   (Raul Seixas)

Quero apenas três dias, depois vida,

Seja feita a vossa vontade.



Epitáfio - A Verdadeira Importância das Coisas

Epitáfio - A Verdadeira Importância das Coisas

Por que me importar?
Por que haveria de dar significado
ao que não deveria ter?
O tempo já demonstrou a sua força.
Sobra apenas a impotência
e a fragilidade da efemeridade.
Seja por um olhar diferente,
seja por uma abordagem qualquer,
o fato se sobreporá sempre
às dúvidas da ignorância.
Não há como deixar de lado
a sensação de se sentir tolo.
Não há como omitir do próprio coração
o que ele insiste em sentir.
Crer ou não crer, que diferença efetiva
isto haverá de fazer?
Por maior que seja a nossa valentia
o medo da dor haverá de nos curvar.
Não há como não querer ser filho
diante da percepção da criação.
Mas qual a realidade que nos oculta?
Haveremos de ser sempre anjos caídos,
pecadores mergulhados em culpas secretas
desejando asas para voar.
E voar para onde? E voar para quê?
Quem sabe um dia os fragmentos de ilusões
cheguem a constituir algo...
E o desejo de saber que já foi tanto
haverá de se aquietar, calar-se no coração.
E nisso não haverá tempo
para uma única lágrima,
e nem por isso dividirei
um trago de bebida amarga com a indiferença.
Exaurido do mundo, exaurido de mim,
talvez finalmente descanse.
E por não ver nada, por não ter nada,
quem sabe tenha um pouco de paz...
Não, talvez não sejamos anjos caídos,
mas animais elevados,
encantados com o céu noturno
e suas migalhas de tantas luzes.
A tudo criamos, damos asas à imaginação
para, depois, almejarmos apenas a razão.
Até onde ela haverá de nos alimentar?
De fato nos nutre
ou apenas nos gera mais fome?
E, famélicos, tanto queremos saber...
Nos enchemos de tantas necessidades
para, de forma madura, por fim concluir
que nenhuma força é suficiente
para vencer nossa estupidez civilizada,
Nossa violência cordata,
nosso desejo calado de gritar de dor.
Mas por que haveria
a necessidade de tanto drama?
Basta o silêncio, no seu falso vazio,
fingindo nada ser,
enganando com o seu todo existir.
Hoje não tenho respostas,
mas também me aquieta o desejo de dúvidas.
Estas que, no momento,
bem pouco valem.
Talvez não tenham valor algum.
E por que haveriam de valer,
se o próprio conceito de valor
é questionável ?
Melhor o silêncio e suas ilusões...
Gilberto Brandão Marcon


Flores no campo ** Flores no campo *
Apesar da tormenta
há flores no campo


Se o céu lacrimeja e lamenta
há flores no campo


Se o choro é incontido e a dor é tanta
há flores no campo


Se a paz é fugidia e se ausenta
há flores no campo


Se a vida não mais encanta
ainda assim,  haverá  flores no campo


Se acaso a morte vier, implacável ou lenta
certamente haverá flores no campo ...
Ou na lápide


                                         *  Úrsula Avner *

*

Lápide Viva

Lápide Viva
Sob um céu cinza e branco
Chove agora torrencialmete
A enxurrada de água suja
Arrasta o que vê pela frente

Com sua força devastadora
Por entre as gélidas lápides
Lá se vão os cravos e as rosas
Lembranças que você deixou

A ventania traz o cheiro da morte
Agora consigo ver o meu corpo
Que jaz desdobrado num canto
Mas a última lágrima ainda escorre

Um rosto marcado pelo tempo
Um tempo que ficou pra trás
Um passado ainda latente
Um presente que não existe mais
Mauri
12/07/2009


Música que é silêncio” - Soneto“Música que é silêncio” - Soneto



Profecia Gótica

Profecia Gótica
A funérea lápide nova ao luar,
Feridas abertas sob o mármore,
É o teu corpo agora incurável,
Sepulcro escuro, cheiro de morte.
Foram lamentos e má sorte,
Flores murchas a impregnar o ar,
Em sua nova morada, oh, alma penada,
De sofrimentos agora vãos.
Um anjo de concreto pairando quieto,
Corvos, corujas, morcegos, que alienação...
Olhos que nunca mais a alvorada verão.
Que sombras são essas?
De esfinges eretas, tuas companheiras,
Depois da tua última respiração.
Corpo inerte, pensamento perdido,
Perdeu os sonhos e os irmãos.
Pestes virais, anjos maus, demônios,
Ainda em sua sepultura a vagar,
Mas nada mais interessa,
Encontrarão vivos para se apoderar.
As potestades que te afligiam,
Estão a sorrir, grunhir e a zombar.
Satisfeitas, missão cumprida e tu terás
A eternidade toda para putrefar.
Minha profecia pra vc que me lê é só amor rsrs. Beijos! São Paulo, capital da correria.
Elisa Gasparini
04/10/2008



Como está o teu coração ?

Como está o teu coração ?
Palavras são sementes
Flores ou cinzas no coração da gente
Há palavras açucaradas como o mel
Palavras com o gosto acre do fel
Palavras que cobrem de terra sonhos
Transformam esperança em sentimentos medonhos

Palavras são mensagens
Cavam túneis sob a terra onde se hospedam
Ou nela encontram breves passagens
São rio seco, sem vida
Ou abundante água da bica
São o adubo do coração
Crescem na temperatura da emoção

Palavras são destinos
Esculpidos com sensatez ou desatinos
Fagulhas que podem incendiar
Pedras que podem soterrar
Feridas de profundo corte
Caminhos de vida ou de morte

                   *  Úrsula A. Vairo Maia  *




Nascimento e Renascimento

Nascimento e Renascimento


Quão fugaz é a vida,
quão passageira é esta estadia.
É como que a ardente
e etérea chama
que aquece as paixões.
Tão breve, com o tempo
parecendo fugir rapidamente.
Rápida como a agradável
e suave rajada de brisa matinal.
Beleza e brevidade
que se unem no delicado botão de flor.
De pouco adianta desprezá-la.
Em nada resolve se rebelar,
pois que já está predestinado,
em seu nascimento, o seu fim.
Um minúsculo instante
em meio ao infinito tempo da eternidade.
E, por um momento, o ilimitado
curva-se à fragilidade do limitado.
E como não sentir saudade
do tempo que já se foi?
Como não ficar ansioso
com o destino do tempo
que está por vir?
Como não confrontar
a expectativa do cotidiano
com a esperança no eterno?
Pois que no ser
se confrontam forças humanas
com energias da alma.
Pois que a arte,
no seu verdadeiro
sentido, é busca de superação.
O ser humano é um escravo de paixões
e tenta ser liberto em virtudes.
É interação entre o instinto biológico animal
e a razão lapidada do espírito.
Assim é que, entre as possibilidades,
o guerreiro há de um dia ser poeta.
As ardentes chamas
que queimam hão de ser suave calor que aquece.
A intensa e sensual paixão
há de ser suave e afetuoso amor.
Sobrevive em cada um de nós o homem,
mas quem vive de fato é a alma.
Um aguarda o fim do outro...
ou este final definitivo nunca existirá?
E então, por ter dúvidas,
desenvolvemos o pensar,
nascendo a vã filosofia.
E porque nos sensibilizamos
e sentimos, criamos acidentais poesias.
E estas se integram,
de modo que a prosa vive
a brincar com os versos.
E o verso é como que criança arteira
que vive a fugir da velha prosa.
Existem sorrisos que não têm alegria,
existem tristezas sem lágrimas,
mas o coração é franco
e no seu sentir não há lugar
para a hipocrisia.
Ele não vive por engano,
não se alimenta daquilo que é,
de fato, falso.
Assim é infeliz aquele
que é escravo das ilusões passageiras.
Vezes por ser miserável em verdade,
vezes por ser louco em razão.
Outro que é triste é o prisioneiro
das ideias formadas e inflexíveis,
pois é escasso em ações,
e também acaba por se perder
em outras ilusões.
Daí, então, concluir
que as ilusões podem ser
do pensar ou do sentir,
chegando onde se vê
um filósofo a fazer sua poesia.
Onde se encontra um poeta
a caminhar pelas trilhas da filosofia,
criando uma nova ilusão,
pois pensava-se que havia dois...
mas que de fato ambos eram
apenas o mesmo.
A vida transposta para o conceito de existência recebe acréscimo do conceito da dinâmica do ir e vir. Não se trata de dogma ou crença, apenas uma forma de abordar, de conviver com as nossas incertas certezas, a imaginar, como cantou Milton Nascimento em "Encontros e Despedidas". Em havendo uma ponte entre os mundos apenas estamos momentaneamente em uma das estações da vida....
Gilberto Brandão Marcon
13/12/2009
 
 
 

Ao som do Requiém de Mozart

Ao som do Requiém de Mozart
O Réquiem de Mozart:
Suspiro fatídico e profundo. Bárbaro!
Um toque letal, arrebatador, tempestuoso.
Cada nota intensa, retumba no coração!
E tremula, com o funéreo clássico impacto
Do inevitável anúncio: o fim de uma vida.
O desintegrar irreversível de uma essência.
Quisera eu enterrar-me em cada timbre
Pois soam como notas da minha pauta
Que tensas, escorrem da minha clave de sol,
Levando cadáveres, cinzas e apodrecidos,
Ou serão desventuras novas e sórdidas,
Expelidas por um sentimento lúgubre?
Em cada parte bela e tétrica da música,
Um desejo vital de morte se intensifica.
Uma oração, uma prece, um pedido,
Para uma ceifa, e nunca mais se ouvir o som...
E nunca mais se ver a luz do crepúsculo...
Nada. Nenhuma melodia, além da árida e fria
Ária compacta, tocada triste com desespero.
Secam-se as lágrimas, resta o se entregar ao
Profundo e cúmulo do pensamento negro.
Gótico... Prelúdio do meu refinado enterro.
O Réquiem.
Dark side of me!
Não se preocupe continuo a te desejar um Boas Festas! rsrsr
Obrigada por me ler e beijos. SP
Elisa Gasparini
22/12/2008
 
 
 
 

Silêncio Manifesto

Silêncio Manifesto
Vem noite, madrugada
Meu medo solidão
Clama teu nome,
Nada de ti manifesto,
Ao lado dor, longe afeto...
Acostumar- se com teu silêncio
Só a morte,
Estirpados desejos,
Carinhos distantes...
Sofrimento, renúncias
Alegrias vividas
Meu Deus,
Por onde andas,
Por que tu não me chamas...
A lua vem, proclama
Tertúlias, invocações
A Dama da Noite cruel,
Invade minha insônia
Trazendo nada além do leito,
Lâmina ceifando metades,
Nossas almas,
Esperança saudade
Nosso antigo chão...

William José Carlos Marmonti
25/04/2010
 
 
 
 
 

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